segunda-feira, 19 de outubro de 2015

"I'm back, bitches!" - Trechos a respeito do porquê voltei a escrever.

   Talvez o culpado por me fazer querer escrever de novo seja esse visual "gloomy" desta segunda-feira. Pensei: "Caramba! Tem tanta coisa aqui dentro que preciso colocar em palavras, que preciso organizar...", e lembrei deste meu pequeno espaço que, há anos, não recebe publicações novas.
   Antes de começar esse texto dei uma vasculhada nos textos que estavam aqui. É um sensação ímpar! Quanta coisa mudou de lá pra cá... É um misto de: "Nossa, quanta bobagem!" com "Que saudade dessa época...".
   Bom, sem mais devaneios. O que me trouxe de volta, hoje, é a sensação de que perdi uma parte do quebra-cabeças. Cadê a inspiração? Cadê o "feeling"? Cadê o "rojão"?, como diz o pessoal da minha Bahia. Tem alguma coisa errada! Ou melhor, tem MUITA coisa errada.
   Creio, sinceramente, que a maior culpada da minha vulnerabilidade atual é a tal da minha sensibilidade. Tem gente que acredita, tem gente que não... Mas, definitivamente, quando a energia a meu redor não é bacana, o meu emocional é sim atingido. Estamos passando por um momento aqui na Terra de tanta intolerância, de tanto ódio, de tanta vontade de matar aquele é diferente de nós que, sem brincadeira, ao assistir as notícias veiculadas em um telejornal, por exemplo, parece que estou assistindo de camarote uma encenação  perfeita de alguma daquelas histórias presentes no Pentateuco, repletas das características que listei há pouco. E, ao mesmo tempo, vem aquela sensação de impotência, de mãos atadas e penso: "Puta merda... O quê que eu tô fazendo aqui? O quê que eu faço?".
   Acho que grande parte das pessoas não tem noção do real impacto disso na vida de alguém. No meu caso, por exemplo, umas das coisas que estou repensando seriamente é se eu deveria ter filhos ou não. Se quero constituir uma família, continuar aquele "lance" da linhagem que somos levados a almejar desde pequeninos, ou se simplesmente deixo pra lá, se desisto de trazer mais gente para compartilhar dessa vontade de "matar" que permeia o mundo.
   É péssima, também, a sensação de indiferença e de preguiça que sinto ultimamente ao pensar na faculdade. Cara, cresci achando que queria estudar Direito, concursar, e me tornar delegada da PF, mas os meus dois anos de cursinho me ajudaram a perceber do que eu realmente gostava, além de ter me ajudado a ter uma melhor visão do modo como eu realmente queria viver minha vida. E arranquei uma coragem, aos 19 anos, de simplesmente mudar o percurso da minha vida e decidi cursar Ciências Sociais. Pode parecer bobeira, mas pra mim não foi nada fácil tomar essa decisão, mudar toda uma visão de futuro que eu alimentava há anos, quebrar com a expectativa que meus familiares e amigos criaram sobre mim e ter o cuidado de sentar e conversar com meus pais a respeito do que eu realmente queria e, acima de tudo, fazer com que eles entendessem tudo isso. Pense um pouco nisso. E, retomando a primeira frase do parágrafo, é HORRÍVEL estar na faculdade que sempre quis, no curso que escolhi por vontade própria, e me sentir péssima, sabe? Não sentir vontade de ler, não sentir vontade de contemplar o aprendizado, de apenas ficar pensando em pegar o Bob, meu cachorro, e sair pelo mundo sem destino. Sem me apegar às pessoas - porque estou, de verdade, cansada de esperar algo delas -,  conhecendo lugares, comendo para sobreviver e, um dia, ter o privilégio de morrer feliz.
   Pensem nisso. Deveria ser assim? Mesmo?